segunda-feira, 17 de agosto de 2009

DESMAME COMO PROCESSO



Tudo bem que mal acabamos de sair da SMAM e de infinitos posts sobre amamentação, e que eu ia dar um tempinho nesse assunto, mas não consegui... Rá! É que o assunto amamentação-desmame está bem em pauta no meu cotidiano (sabe o fatídico "ainda mama???"... então.), e tenho pensado nisso quase diariamente. Além do mais, estou me inspirando pra contar do desmame noturno do Caio, e achei que esse post faria uma boa introdução ao papo.

É que li
um artigo de uma pediatra** da Sociedade Brasileira de Pediatria e o trecho abaixo me tocou muito, nem preciso dizer o quanto me identifiquei, né? Sei que sou mãe de primeira viagem, aprendiz confessa, mas tem algumas opções que me parecem boas meio que instintivamente, e essa idéia do desmame como um processo, e não uma ruptura radical, é uma delas... É assim que tenho levado com o Caio: deixando fluir, prestando atenção nos sinais dele, incentivando-o quando percebo que os sinais estão lá, dando o peito sempre que ele quer. Enfim, por enquanto tem sido assim. Mas pode ser que eu mude de idéia, só a experiência vai me dizer. No segundo filho acho que vou poder falar com mais propriedade: por hora, apenas aprendizados, tentativas, erros, acertos. E sou toda ouvidos para as experiências de desmame de vocês, se quiserem compartilhar comigo, para ajudar a clarear as idéias e os sentimentos...

Então lá vai (os grifos são meus). O artigo tem alguns pontos que poderão ser considerados mais polêmicos, mas vale a pena ler na íntegra,
AQUI.

Atualmente, em especial nas sociedades ocidentais, a amamentação é vista primordialmente como uma forma de alimentar a criança, sob o controle total dos adultos. Assim, perdeu-se a percepção da amamentação como um processo mais amplo, complexo, envolvendo intimamente duas pessoas e com repercussão na saúde física e no desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, além de repercussões para a saúde física e psíquica da mãe. Hoje, em muitas culturas “modernas”, a amamentação prolongada (cujo conceito varia de acordo com a “convenção” da época e do local) freqüentemente é vista como um distúrbio inter-relacional entre mãe e bebê. Perdeu-se a noção de que o desmame não é um evento e sim um processo, que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança, assim como sentar, andar, correr, falar. Nesta lógica, assim como nenhuma criança começa a andar antes de estar pronta, nenhuma criança deveria ser desmamada antes de atingir a maturidade para tal. Em harmonia com esta linha de pensamento, Dr. William Sears, um antigo pediatra, recomendava “Não limite a duração da amamentação a um período pré-determinado. Siga os sinais do bebê. A vida é uma série de desmames, do útero, do seio, de casa para a escola, da escola para o trabalho. Quando uma criança é forçada a entrar em um estágio antes de estar pronta, corre o risco de afetar o seu desenvolvimento emocional”.


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Elsa Regina Justo Giugliani - Pediatra, professora da Faculdade de Medicina da UFRGS, presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, Especialista em Aleitamento Materno pelo IBLCE (International Board of Lactation Consultant Examiners).

imagem - linda! - achada aqui.

11 comentários - clique aqui para comentar:

Rebeca disse...

E nós mães sentimos essas mudanças no nosso baby. É um certo desinteresse, no caso do João uma grande impaciência com o fluxo. Acho que vai depender também da interação com os outros alimentos. Enfim, a frase "ainda mama?" (ninguém merece) a gente deixa pra escanteio e presta atenção no nosso momento e do bebê.

ps: amei o sucesso de vcs 2 na revista!

BLOG DA GRÁVIDA disse...

Ótimo o que esse pediatra escreveu. Sem dúvida isso vale para tudo o que envolve uma criança. Mãe de primeira viagem, tenho mil dúvidas sobre amamentação e o desmame é uma delas. Tenho ouvido muito outras mães. Algumas dizem que valeu a pena amamamentar até os 12 meses ou mais, outras contam que depois dos 6 meses é muito complicado fazer o desmame, que a criança já tem dentinhos, que machuca, que a criança já entende, que não quer comer por que ainda tem acesso ao leite materno, que..que...

Mas minha intuição fala exatamente o que o pediatra sugeriu: cada um no seu tempo. Vou ter de observar meu filho e decidir o que é melhor para ele, não o que os outros disseram que é melhor.

Dani Balan disse...

Apoiadíssima Thaís! É um processo mesmo! Tenho certeza que você vai saber a hora certa! Beijo! Dani

Patrícia Moreira disse...

Olá Thaís, ainda não passei por esta fase na qual vc está passando, mas acredito que nós (mães)sabemos oq é melhor para nossos filhos, e se seu filho não deixa de comer pelo fato de estar mamando acredito q não haja problema algum, pelo contrário, só faz bem. Comentários de pessoas sempre irá existir, mas nem sempre essas pesssoas estão informadas ou atualizadas sobre o assunto, então faça oq seu coração manda, e respeite o tempo de seu filho. Beijinhos =*****

Letícia Volponi disse...

Thais, acho que você está certíssima na sua tentativa. A Laura foi largando o peito aos pouquinhos quando estava seis meses e depois disso não quis mais saber. Siga o ritmo do Caio e você vai saber a hora certa!

Mãe do Pitoco disse...

Aqui em casa, vou seguindo o ritmo do pequeno, que está com 10 meses. Por enquanto, ele não demonstra sinais de querer parar de mamar e eu, apesar de ficar cansada, não me incomodo. Acredito que, aos poucos, ele passará a mamar menos e não forço nada. É tão grande o benefício para a saúde e o amadurecimento físico e psicológico dele que não me importo com minha dores de coluna, do mamá mordido ou das noites insones. Como tudo em bebês, o que importa é cada caso e a relação pessoal e intransferível da mãe com seu neném. Beijos em vcs dois. Te mandei um e-mail, vc viu?

Renata disse...

Oi querida...olha eu acho que a gente acaba sentindo mesmo. Concordo que cada bebê tem seu tempo pra desmamar, assim como para todas as outras coisas (engatinhar, andar, comer...) e temos que respeitar. O André foi largando bem aos poucos e simplesmente parou de mamar no peito. E olha que de vez em quando ele ainda acorda à noite, mas não pede peito não...
Preste atenção aos sinais do pequeno e siga seu coração. Quem sabe vc não começa com o desmame noturno??
beijinhos e boa sorte, Re

Dani Garbellini disse...

Eu entendo o desmame como um processo natural, assim como a gravidez, o parto, a amamentação. Então, não penso em desmamar, simplesmente não me preocupo com isso. Acredito firmemente que acontecerá naturalmente, aos poucos, sem pressa. sem prazo, sem ligar para comentários. Até ir para a faculdade o pequeno desmama. hehehe
Pretendo escrever um post mais detalhado sobre isso, assim que tiver tempo. Daí venho aqui avisar.
Bjs

Mãe do Pitoco disse...

Tem selinho pra vcs lá no meu blog. Beijos nos dois. Não se preocupe com o e-mail, só queria saber se recebeu a resposta. beijos, beijos

cynthia disse...

Oi, meu anjinho me desmamou aos seis meses e duas semanas (é, ME desmamou, porque, por mim, continuava dando o peito...eheheh).Voltei a trabalhar quando ele estava com 5 meses e fomos levando, entre introdução de frutas, papinha salgada e mamadeira de LM. Ele mamava super bem, até que um dia... não quis mais. Ofereci, ofereci e ele nem te ligo pra mim... foi super tranquilo, acho que mais traumático pra mim do que pra ele... melhor assim, né?
Não dê conversa pra essas frases feitas, espere o tempo de vocês.
Beijos!

Flavia disse...

Excelente texto!
Cada vez me surpreendo mais, com a cara das pessoas de surpresa e espanto, porque o João, ainda mama.
agora quase, já não me incomoda os comentários. (quase...)
é... o mundo está ao contrario e ninguem reparou.

beijos