quinta-feira, 6 de agosto de 2009

DE FARDO A PRAZER: UM RELATO DE AMAMENTAÇÃO


:: RELATO DA MAGÁ, MÃE DA CATARINA


Minha queridíssima amiga Magá, mãe da pequena Catarina, companheirinha do Caio, se empolgou com a idéia e, mais do que uma dica, escreveu um ótimo relato da sua experiência de amamentação. Acho que uma coisa bem bacana desse relato é que, além de mostrar superações de várias dificuldades, toca num ponto que poucas mulheres têm coragem de admitir: nem sempre amamentar é prazeiroso, ainda mais nos momentos iniciais. Acho muito legal a clareza dela sobre a mansa transformação de algo que, inicialmente, era quase um fardo, em um prazer tão grande que ela nem pensa mais em parar! Com a palavra, Magá:

Meu parto foi domiciliar, naturalíssimo. Catarina mamou imediatamente, dando início a um processo de amamentação correto, que me garantiu peitos fartos, jorrando leite a cada mamada. A enfermeira que fez meu parto, hoje minha amiga e conselheira, foi uma pessoa fundamental nas orientações, pra que tudo corresse bem – a tal da pega, a pomadinha milagrosa Lansinoh, que alivia as rachaduras...

No início, no entanto, a amamentação pra mim era um pouco pesada. Sem posição, com o bico do peito sempre muito sensível, a hora do mama era um tanto sofrida. Obrigação de mãe, muito consciente da importância do aleitamento, mas pouco envolvida com aquele prazer tão alardeado de dar o peito.

Catarina, segundo a pediatra, é uma menina com oralidade acentuada, ou seja, gosta (muito!) de sugar e, conseqüentemente, de ficar pendurada no peito. Por isso, a tarefa de fazê-la dormir era quase sempre minha: no peito, chupetando. Mais essa...

No natal, de tanto leite, sofri com um engurgitamento que me rendeu, além de muita dor, mais uma rachadura eternamente aberta. Mais dor. E eu lá, firme e forte. A tal da consciência...

Mas, eis que o prazer da amamentação veio se fazendo presente meio de mansinho, sem eu nem perceber. Na volta ao trabalho, o sofrimento já era outro: privar-me daquele momento que eu descobri que amava e substituí-lo por ordenhas de bombinha. Foi difícil. Mais difícil ainda foi a mastite, que me chegou com uma febre de 39º, em pleno carnaval. Peito duro, quente e vermelho. Herança da rachadura eternamente aberta, associada ao leite parado que a Catarina não mamou e que eu não ordenhei. Erro fatal para quem, como eu, produz leite pra dar e vender! Sim, meu maior problema é o excesso de leite e não a falta dele. Até hoje – minha bebê com quase 10 meses – sofro com engurgitamentos muito doloridos e com o incômodo do peito esguichando e encharcando a roupa cada vez que a pequenina começa a mamar.

Mas eu nem penso em parar. Continuo firme na livre demanda e a Catarina, apesar de tomar leite em pó quando eu não estou (raras vezes) e de comer super bem papinhas e frutinhas, também não dá sinais de que quer parar, não! E vamos nós! Agora ela já sabe pedir o mama: solta um vigoroso NENE!! E eu adoro!

Dica: prestar atenção nas orientações dos bons profissionais e recorrer a eles sempre que for preciso. Ter alguém de confiança, com quem podemos conversar e aliviar dúvidas e angústias é fundamental.

puro prazer

2 comentários - clique aqui para comentar:

Flavia disse...

Que delicia de relato. Bom ler exemplos de mães que voltam ao trabalho, mas continuam amamentando.

E a super dica de ter alguem para nos ouvir é realmente fundamental.

Linda foto! Bjs

Thaís Rosa disse...

Também adorei esse relato da Magá! quero convencer ela a criar um blog, ela escreve super bem, é uma super mãe, e temos muitas referências em comum no que se refere a parto, amamentação, filhos (além de tantas outras identificações, né, flor!).
beijos