sexta-feira, 7 de agosto de 2009

AMAMENTAR É UM ATO DE AMOR?

A SMAM está acabando, mas a atenção ao tema do aleitamento materno deve ser contínua. Muitas mulheres enfrentam dificuldades, e nem sempre isso é enfocado em campanhas e meios de comunicação. Muitas vezes, a forma como a amamentação é apresentada resulta em ainda mais traumas, culpas e recalcamentos em mães que, por algum motivo, não conseguiram, não puderam, não quiseram amamentar. A amamentação (pelo menos aqui no Brasil), infelizmente, não é algo tão simples e natural como as campanhas fazem parecer. É necessário muito apoio, informação, persistência, aprendizado... Para muitas mulheres, conquistar uma amamentação tranquila e prazeirosa é quase uma operaçao de guerra, como também acontece com o parto natural. Pensando que são ambos atos fisiológicos, que o corpo da mulher está supostamente preparado para isso, parece óbvio que não precisaria ser assim. Mas é.

Um claro demonstrativo dessa situação são os inúmeros relatos que a Flávia, do Astronauta, recebeu, de mulheres que enfrentaram dificuldades as mais diversas durante a amamentação. E, aparentemente, muitas delas sofreram com isso. Não pretendo julgar os variados motivos que levaram a essas dificuldades, muito menos culpabilizar as mães que não conseguiram amamentar. Mas sempre fica aquela dúvida: poderia ter sido diferente? Não sei, mas creio que em muitos casos poderia. O fato é que existe uma mistificação muito grande em torno da amamentação, que em nada contribui para mudar esse quadro.

Pensando nisso, me lembrei de um post muito instigante da Taís Vinha, a Ombudsmãe, cujo título não poderia ser mais polêmico: AMAMENTAR NÃO É UM ATO DE AMOR. E achei que seria bem pertinente aproveitar que a SMAM está terminando para divulgar esse post e lançar uma reflexão sobre os perigos da mistificação de um ato que, mais do que natural e fisiológico, é também cultural, algo que deveria ser incorporado, corporificado, absorvido pela sociedade como um todo, e não apenas pelas mulheres. Deveria se tornar um hábito, um costume, uma rotina, que, de tão comum e cotidiana, pudesse tornar-se novamente, quem sabe um dia, natural.

E você, o que pensa sobre isso? Vamos refletir juntas?

[Nessa mesma linha de reflexão, vale também a leitura desse outro post da Taís e desse post da Sam Shiraishi, sobre o que ela chama de "divinização do leite materno"]


1 comentários - clique aqui para comentar:

Elisabeth disse...

Assim que me vi grávida, sempre quis amamentar.
Pela saúde do bebê, pelo vínculo que se cria, pela beleza do ato em si.
Para mim, amamentar é um gesto de amor e desprendimento.
É dedicar seu tempo a alimentar um bebê de um jeito que só você pode fazer e que só trará benefícios à saúde do seu pequeno.
É um momento único e mágico, que estreita o seu laço de amor.
Mas, sei que nem todas as mães deixam de amamentar porque querem. Cada caso é um caso.
No meu, apesar de seios rachados e uma dor insuportável no início, insisti pelo bem da minha Sofia. Ela mamava só no bico, e eu não sabia que tinha que pegar toda auréola. O pediatra foi quem me ensinou depois de ver que ela não tinha ganhado peso em casa.
Hoje estamos bem, ela está com três meses e continuo só no leite materno!