quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

VIVA A DIVERSIDADE (MATERNA)

A Camila, blogueira inteligente do Mamãe tá ocupada, escreveu um post essa semana que foi como um desabafo com algo que ela (e pelo jeito muitas mães internautas) consideram uma espécie de "bullying" materno. Mães que estariam contra mães, querendo impôr suas verdades e humilhando e diminuindo aquelas que seguem caminhos diferentes.

Eu, sinceramente, nunca senti isso nesses 2 anos e pouco de blog, nem durante o período da gestação, quando participei de algumas listas de discussão. Mas devo dizer que não é a primeira vez que vejo outras mães falando sobre isso, e parece que, com o 'advento' (bonito isso, não) do twitter e do facebook, as discussões maternas têm se tornado mais acaloradas. Como estou por fora dessas mídias (pelo menos por enquanto), não sei bem o que rola por lá, mas já vi outras blogueiras (como a Mari, do Viciados em Colo) também questionando a abordagem de algumas mães tuiteiras.

É fato que os temas da maternidade, em especial o parto e a amamentação, rendem muitas discussões, não apenas entre mães, mas também entre profissionais da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos, etc). E isso, na minha opinião, é muito bom, pois novas pesquisas vão sendo feitas e debatidas, tabus vão sendo derrubados, outras práticas se tornam possíveis. Acho que o problema, como a Camila tentou apontar, é quando isso deixa de ser um debate saudável e vira um embate, com lados opostos que se atacam gratuitamente, sem procurar verdadeiramente dialogar. O conflito, na minha opinião, é saudável, enriquece a sociedade. O quebra-quebra aleatório, não.

A Camila parte do argumento de que hoje, com o excesso de informação proporcionada pela net, a maternidade teria virado um grande check list dos "TEM QUE": tem que fazer isso, tem que ter aquilo, tem que saber sobre aquilo outro. Ela cita itens desses "TEM QUE" como sendo parte de um "enxoval obrigatório" que estaria sendo imposto às mães em geral:

"Você TEM que amamentar no peito exclusivamente por 6, 8, 10 meses; você TEM que ter parto normal (humanizado?); você TEM que alimentar o seu filho apenas com alimentos orgânicos quando ele deixar de mamar no peito, você TEM que ouvir música clássica durante a gravidez; você TEM que manter o seu filho bem longe do açúcar até ele completar 2 anos; TEM que fazer muitas outras coisas, senão?? Senão o quê?"

Eu discordo da Camila em alguns aspectos, como comentei lá no post. E me animei a fazer esse post também, justamente porque concordo com ela no essencial do seu post: cada mãe e cada filho são únicos, e, portanto, cada forma de maternar também. E é justamente isso que faz, na minha opinião, a blogosfera e as trocas digitais entre mães valerem a pena, pois sempre temos algo a trocar, algo a aprender. Como eu falei lá no comment, e repito aqui: opiniões e experiências diferentes existem e sempre vão existir, a grande questão é: estamos dispostas a compartilhar, dialogar e respeitar as diferenças?

Vejamos meu caso, por exemplo: eu QUIS ter parto normal. Descobri as listas e sites sobre parto e me joguei de cabeça. Procurei uma médica com quem pudesse dialogar sobre isso aqui onde moro (foi difícil achar). Descobri as doulas, e, melhor, que havia uma na minha cidade. Em um ponto crucial da gestação, minha médica me afirmou o que eu já havia intuído: eu não conseguiria um parto como queria com a estrutura hospitalar da minha cidade. Propus irmos para uma cidade vizinha, mas ela não topou. Eu já conhecia o parto domiciliar, através dessas listas e sites, e ele passou a ser uma opção. Falei com pessoas que já tinham tido a experiência, conversei com médicos e enfermeiras que faziam o parto em casa, achei uma enfermeira obstetra aqui na minha cidade. E optei conscientemente e deliberadamente por este tipo de parto. Quanto à amamentação: até meu filho nascer, não sabia praticamente nada sobre o tema. Pensei tanto no parto, que deixei de pensar em outras coisas igualmente importantes da maternidade. Mas tive muito apoio, como já contei aqui. Optei, conscientemente e deliberadamente, pela livre demanda, inclusive com indicação da pediatra. Conheci o sling, e me apaixonei pela ideia, sem que ninguém me tivesse imposto. Optei por não dar mamadeira, chupeta, paninhos. Optei pela homeopatia. Optei....

Ou seja, eu busquei a informação que desejava, encontrei opções que se afinavam com meus valores e estilo de vida, e ESCOLHI, a partir de muita informação - claro! - o que EU achava melhor para mim, para meu filho, para minha família. Não fui pressionada a isso. As informações estão aí para isso, para nos guiar em nossas escolhas, em todos os aspectos da vida. Acontece que, na era digital, da mesma forma como se disponibiliza muita informação confiável, novas evidências científicas, experiências individuais e coletivas interessantes, existe também muita porcaria e muito fundamentalismo, e cabe a cada um selecionar o que ler, onde buscar informação, com quem se relacionar.

Eu, particularmente, gosto de conhecer as pessoas com quem dialogo e troco experiências, mesmo que digitalmente. Procuro saber mais sobre quem comenta no blog, sobre os seguidores, sobre os visitantes, e tenho feito boas amigas assim: nem todas compartilham dos mesmos valores e experiências que eu, mas estamos dispostas a dialogar e trocar experiências, e isso é o que importa. Acho que temos o poder de filtrar a informação e os relacionamentos "virtuais", e, dessa forma, não sermos atingidos por essa maré do "TEM QUE" que ela mencionou, e que ecoou em quase todos os comentários do post.

Assim como as várias mães com que me relaciono pessoalmente ou digitalmente, eu tenho sim minhas ideias, minhas opiniões sobre parto, sobre amamentação, sobre alimentação, sobre tudo que envolve a maternidade, porque somos mães pensantes, que nos preocupamos verdadeiramente com a criação dos filhos. Falamos sobre isso em nossos blogs, é inevitável. Ao expôr nossa opinião é que podemos dialogar, trocar experiências e nos enriquecer, e isso tem sido uma constante nesse meu curto tempo de blogosfera.

Há, obviamente, que se ter cuidado com a forma de expôr essas opiniões, na vida "digital" e na de carne-e-osso: essa semana mesmo, na natação do caio, surgiu um papo sobre parto entre as mães. Uma delas me perguntou se eu tinha tido parto normal, eu disse que sim, e ela disse que eu tinha "cara de parto normal"... Para mim isso é um elogio, mas, vejam bem se isso não é um pré-julgamento... Quando eu disse que tinha tido em casa, então, a moça disse que já imaginava, porque me achava bem "alternativa". Hein?? Por outro lado, uma outra mãe, que tinha tido cesárea por opção, mesmo estando em processo de dilatação, se interessou pelo meu parto, e eu pela escolha dela (apesar de discordar e deixar isso claro para ela), e tivemos um bom papo, super respeitoso e enriquecedor. Ou seja, tudo depende da disposição dos interlocutores, e nós temos o poder de ESCOLHER com quem queremos dialogar e trocar. Por isso eu não chamaria de bullying, porque nós, mães, adultas que somos, não somos obrigadas a conviver com alguém que supostamente nos humilha (os pequenos também não, mas o poder de percepção e decisão deles é bem mais limitado que o nosso): podemos simplesmente dar um fim na situação.

Sinceramente, o que mais me surpreendeu e me intrigou após ler o texto da Camila, é que, tanto o post quanto vários dos comentários mencionavam as cesáreas e as dificuldades com a amamentação - ou seja, as pessoas que tiveram essas experiências (seja por necessidade, por conveniência, por vontade, enfim, as motivações são diversas como são as pessoas) estão se sentindo "pressionadas" de alguma forma, muitas se sentiram inclusive "diminuídas", daí a Camila ter falado em Bullying. E isso é muito triste, muito cruel mesmo. Por outro lado, vi comentários lá que demonstraram que a apreensão da questão mais ampla que essa discussão toda traz nem sempre é compreendida: mães justamente JULGANDO E ACHINCALHANDO (estou inspirada, hein) quem opta por parto natural, por fralda de pano, por amamentação prolongada, por alimentação orgânica... Uma mãe (não vou citar nomes) falou até em um "novo método materno hippie"... Ou seja, não entenderam bem o que a Camila quis dizer, eu acho, demonstrando, como tão bem disse a super Lia no comentário do post (e de forma mais desenvolvida - e bem divertida - nesse post), que "sempre haverá alguém para dizer que é melhor que você, independente das escolhas que você faça".

Então, esse meu post, por um viés um pouco diferente da Camila, soma-se ao dela como um manifesto pela DIVERSIDADE MATERNA, pelo respeito às diferenças, pela liberdade de escolha (e liberdade pressupõe informação, não se engane) e, principalmente, pela liberdade de expressão e pela disposição ao diálogo e à troca de experiências entre as mães!

Beijo, abraço e aperto de mão, vou parando por aqui, pois o assunto dá o que falar e minha lombar já está doendo...

[EM TEMPO: Em uma incrível sintonia bloguística, eu e a Paloma falamos sobre o mesmo assunto, ao mesmo tempo!! O post dela, excelente, está AQUI. A Dani, outra blogueira "chegada", também já tinha falado sobre assunto parecido há um tempo atrás, AQUI.]



24 comentários - clique aqui para comentar:

Paloma Varón disse...

Thais, lindo post! Acabei de postar o meu, já que não consegui comentar direito no post da Camila (fiz um texto grande e inspirado e deu erro, perdi tudo) sem saber do Manifesto.
Fiquei chocada quando li, nos comentários do post da Camila, muitas mães que dizem se sentir pressionadas ou julgadas julgando as que elas chamam de hippies ou radicais sem o menor pudor. Isso sim é feio, isso é buylling. Mas, somos todas mães adultas e pensantes e temos de ir além disso.
Acho que a gente tem é que parar de se vitimizar (por se sentir julgada ou pressionada) e correr atrás de informação de qualidade, fugir das fontes hegemônicas, recusar o "mais do mesmo". Em duas palavras: ir além.
A internet hoje nos propicia muitas coisas boas neste sentido. Se estamos inseridas, somos blogueiras, por que não usá-la (a rede) a nosso favor? E aí, sim, bem informadas, fazermos nossas OPÇÕES de vida, que servirá para a NOSSA família.
Beijos

Paloma Varón disse...

Ah, linkei o seu texto ao meu, pois também manifesto pela diversidade e pelo respeito às diferenças.
Beijos

Anônimo disse...

Esse é um assunto cansativo, viu. Eu frequento fórums e vejo essa "briga" todos os dias. E sim, tem mães que julgam MESMO, com argumentos agressivos que mtas vezes me fazem pensar "e aí, cadê a informação?", parece que simplesmente não aceitam que a escolha do outro seja diferente da dela... esse bullying existe sim e eu fico triste que venham de mães que deveriam dar o exemplo de tolerância e diversidade de opiniões aos seus filhos. Tem pessoas que não pensam que NO FIM TUDO FUNCIONA e o caminho não precisa ser igual pra todos. Não acho que importa o tipo de parto, o tipo de leite, a chupeta, o andador, nada disso - o que importa é ter amor e fazer seu melhor pelo filho, e o melhor pra um não é o melhor pro outro.
Beijos!

Camila disse...

Adorei a "diversidade materna", acho q é isso aí mesmo. Percebi q há radicalismos nos dois lados da moeda, uma pena. Eu ficaria feliz se as pessoas soubessem ouvir e acrescentar informações que lhe agradam e apenas descartar o que não lhe serve. Sem humilhação ou julgamento, isso é que é feio. Mas, enfim, o assunto rendeu lá no blog e vai render ainda muito mais. Espero que as muitas manifestações sirvam de reflexão para todas nós, não é?? Obrigada pelos seus comentários e participação, não importa que discorde, é isso que alimenta um blog e fortalece as experiências, certo??
Super bjo,
Camila
http://mamaetaocupada.blogspot.com/

sou mãe, e agora??? disse...

já fui taxada de mãe fresca, por não querer deixar meu bebê no quintal aonde mosquitos poderiam picá-lo...
Minha cunhada sabiamente me deu o conselho de seguir o meu instinto de mãe, independente de ser marinheira de primeira viagem, e tem dado tudo certo até aqui, meu filho esta aí forte, bonito e muito esperto... Toda mãe sabe o que convém a ela e aos seus filhos

ana isabel disse...

Oi Thais

Na verdade eu gostaria de escrever mais sobre julgamentos e escolhas...

Mas vou me ater a apenas um aspecto.

Numa conversa entre maes, eu comentei que havia feito cesariana (contra a vontade, mas enfim...)

Dai uma mae comentou - "É voce tem cara de uma mãe normal..."

Quer dizer que as mães "normais" não fazem parte normal?

Anne disse...

falei na paloma, falei na camila e agora aqui: (cada comentário diferente do outro pq vão me ocorrendo mais idéias, vou tentar ser sucinta)
Quando eu digo (e por eu qquer pessoa do mundo) que leite materno é melhor que artificial NÃO estou diminuindo a mãe que optou pelo último. Cada um faz o que quer e pode com seu filho.
Ainda assim, não posso concordar que LA é tão bom quanto LM.

A mãe que opta por LA deve compreender sua escolha, para não se remoer de culpa e projetar nos outrs: causando discórida.

Generalizando o embate em LA e LM. Os fatos existem. Nem sempre é possível executar o melhor. Cabe à nós assumir a responsa e não julgar.

Eu tb escrevi sobre isso, mas fiz a verdade nua e crua do embate. Preferi não postar, para não formentar discussão.

bjo thais, tô amando seu blog!!!

Lia disse...

Taís, você é uma fofa. Lembro que uma vez fiz um post sobre as maternidades aqui em Brasília, que eu tinha achado a estrutura muito legal pra parto (cama própria, bola, banqueta, enfermeiras humanizadas) e que não tinha achado nada daquele açougue que algumas ativistas pregam (era, sim, uma crítica às ativistas). E você, com toda ternura, disse que ficava feliz que eu tivesse essa estrutura na minha cidade, mas que na sua não tinha, razão pela qual você optou pelo PD. Hoje acho que hospital é hospital, por mais humanizado que seja. E estou buscando outro caminho, inspirada por gente como você. Ouvir é fundamental, e mudar, se for preciso. Beijo grande!
P.s.: Tô esperando seu email...

ian.press comunicação disse...

Thaís, tô com você e não abro mão. Você, como a Lia citou aí em cima, sempre foi fofa, ajudando um monte de gente a trilhar seu caminho, e comigo aconteceu igual.
Vou fazer como fiz na Paloma, copiar o que comentei na Camila pq é de verdade o que sinto. Beijão.


"Adorei a discussão e acho de verdade muito saudável. Apesar de não concordar com tudo o que você escreveu. Explico, eu construí minha opinião ao longo da minha vida inteira. Estudei muito para saber o que era melhor ou não para a minha gestação. Quem me acompanha de perto sabe que aos poucos e entre tantos desabafos cheguei aonde queria. Lutei muito para chegar onde estou hoje. Sendo acompanhada por uma equipe humanizada, buscando a amamentação exclusiva, a livre demanda entre outras coisas (consideradas radicais pela blogosfera afora). Mas em nenhum momento me senti forçada a isso. Foi algo que surgiu naturalmente em minha vida. Tenho uma irmã super militante/xiita envolvida com a maternidade ativa. Ela EM NENHUM momento me forçou ou opinou em excesso sobre o que deveria fazer. Nem me mostrou caminhos nem nada. Deixou que eu trilhasse minha própria estrada e pronto. Considero muito essa atitude dela porque foi digna. Nunca senti isso de bulying materno, acho a expressão um tanto forte. Afinal há radicais de todos os lados. E o que existe realmente e eu considero muito bonito é a DIVERSIDADE. Se antes tínhamos as opiniões "enlatadas" sobre a maternidade, hoje existem outros caminhos. Uma busca bonita dessa mulherada pelo natural, pela força da mulher, pela maternidade vista de outro ângulo. Mas isso não significa que somos obrigados a seguir este caminho. Significa apenas que temos outras opções, e que devemos escolher a que melhor se ajusta à nossa vida. E seguir feliz com ela. Sem se sentir ameaçada ou forçada a nada. Foi isso que aconteceu comigo. Eu escrevi inclusive sobre a indústria do humanizado (porque senti que precisava desabafar) e muita gente me ajudou a encontrar um ponto de equilibrio. Nesse mesmo post citei sobre as cesáreas desnecessárias. E sobre algumas mulheres que simplesmente fogem do parto normal por medo da dor. E aceitam entrar na faca. Neste post eu quis expressar que não devemos acreditar nos médicos, temos que questionar porque cada vez mais eles impõem as regras e isso não é certo. Mas não julgo quem opta pela cesárea, apenas acho que devemos mudar esse caminho. E isso é indicação da OMS e não das xiitas. Esses dias mesmo fiquei tão feliz ao chegar no mercado e na parte de leite ter uma placa relativamente grande dizendo, "o ministerio da saúde adverte: O aleitamento materno evita infecções e alergias e deve ser mantido até a criança completar 2 anos de idade ou mais." e logo abaixo dizendo que a introdução de alimentos deve ser somente apos os 6 meses de idade! E acho que esse movimento considerado radical ajuda muito e instiga a mulherada e o Ministério da Saúde. Se não questionarmos as coisas continuarão como estão e seremos enganadas. Agora me diz, o que é pior, ser enganada por falta de informação ou se sentir pressionada e tentar mudar (TENDO A OPÇAO DE NAO MUDAR). Eu acho que a segunda é melhor, porque você saberá do que se trata e se sentirá livre para optar pelo que achar melhor, ao contrário de viver enganada com a omissão daqueles que se dizem médicos de verdade!
É uma discussão infindável Camila. Não estou aqui para impor minha opinião nem nada, estou apenas para dizer que sou mais uma na multidão, normal e lutadora, não faço parte de listas nem sou uma mãe xiita nem nada. Apenas construí minha opinião ao longo dos anos, com estudo e muita leitura e escrevi tudo isso neste comentário porque acho que não deve existir radicalismo de nenhum lado e pelos comentários acima é o que vejo. Parabéns pelo debate. Beijos".

Avassaladora disse...

Como eu falei lá na Paloma: Esse assunto rende mesmo, e como!
Mas como diz o meu marido, não importa o quê nós queremos ou planejamos, nossos filhos são seres com vontade e no fim das contas as coisas acontecem como eles precisam e desejam...hehehe
Eu tive uma cesárea, porque não pude ter o parto normal, eu não amamentei o Gui exclusivamente sei lá porque, agora com a Ciça tudo tá bem melhor. E o importante, todos os dois, assim como os pimpolhos de vocês são saudáveis e felizes!!!!
Beijos,

Mãe disse...

Essa discussão vem sendo lindamente conduzida nessa rede de blogs.

Para os todos os posicionamentos radicais, nada como o Tempo para mostrarem o quanto são mancos.

É infantil pensar que as nossas próprias idéias e escolhas sejam as melhores, imbatíveis, e que quem não as segue esteja no caminho errado.

O radicalismo, assim como o autoritarismo, vai perdendo força à medida que crescemos.

A maternidade não é passaporte carimbado para a maturidade. O fato de ter filhos para educar não significa que a mãe tenha educação.

Dizem que a melhor maneira de conhecer uma pessoa é no jogo. O exercício de blogar não deixa de ser um bate-bola. E a gente pode escolher quem vai ler, quanto, quando...

Tathyana disse...

ótimo texto Thaís. Eu li no blog da Camila, mas não deu tempo de comentar (sim, ando mais corrida do que tudo). Eu penso que temos um excesso de informações e isso com a internet é impossível de mudar. Mas a forma como nós usamos essas informções toda é que faz todo um diferencial. Sempre que eu leio algo, penso se aquilo faz sentido pra minha realidade. Criei uma espécie de filtro para não pirar. Já deixei de frequentar blog por causa do tom utilizado, por eu não me enquadrar na "matrix". Quanta baboseira!!! E infelizmente o que vejo em alguns lugares é uma competição dentre mães. Só não consegui ainda descobrir qual é a mais boba.

Bjss pro cê.

Elisabeth disse...

Como diria Caetano: cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
Quando engravidei, queria muitas coisas, parto natural era uma dessas coisas. Mas, não fui pressionada pela minha médica. Fui muito bem acompanhada, tive gravidez considerada de risco por conta de desenvolver diabetes gestacional e por fim, minha bebê não virou e acabamos decidindo pela cesárea. Fiz o máximo para amamentar minha bebê mas, aos 7 meses, meu leite secou.Acabou. Fiquei frustrada. Queria poder amamentar muito mais... Contudo, cada vida é diferente. Tem situações que fogem ao nosso querer... Eu fiz e faço o melhor que posso. Busco informações, uso as que considero boas para mim. Sou contra esse ' tem que ', precisamos seguir nossos instintos, nosso coração e não ficarmos esperando receitas mágias cairem do céu. O que é bom para mim, pode ser péssimo pra outras pessoas...Muitos gostam de palpitar e irão continuar palpitando independentemente do que vc fizer...
Ao meu ver, só se aprende a ser mãe, sendo mãe...
Penso como você. Adorei seu post de hoje. Que as mamães pesquisem, conversem, entendam ou discordem e decidam pelo melhor para elas e não para satisfazer o outro.
Boa semana, Thaís!

Nine disse...

Thais, vou fazer como a Patrícia e copiar o que eu escrevi lá no blog da Paloma, pq acho que ambos os textos possuem a mesma linha, em contraposição ao da Camila, mas que, por isso mesmo, se complementam muito.

Acrescentaria apenas que também acho que a grande maioria de mães que comentou por lá fez exatamente aquilo que condenaram e que as incentivaram a comentar no texto da Camila: ofenderam quem fez escolhas diferentes das delas. É o que eu chamo de hipocrisia e minha mãe já me dizia que antes devemos olhar nosso próprio umbigo ao invés de apontarmos a sujeira no umbigo do outro.

"Depois de ler o texto da Camila fiquei a refletir, pensei em escrever algo, mas na verdade fiquei com uma baita preguiça, sabe? Sempre vai ter alguém para se sentir ofendida.

Eu já me senti assim no começo, quando comecei a ler o blog Mamíferas. Mas depois fui me informando, me conscientizando daqueles conhecimentos que seriam importantes para mim e os que não conseguiria e/ou não quereria para o meu estilo de vida.

Muitas coisas gostaria de fazer diferente se pudesse voltar no tempo, outras faria exatamente igual, enfim, escolhas maternas que todas nós fazemos com consciência ou não.

Acho que algumas pessoas se empolgam tanto com a temática que por vezes soam ofensivas em algumas colocações, principalmente para aquelas que vestem o chapéu. Eu mesma já me expressei assim num post da Ceila (Desabafo de Mãe)sobre meninas que usam maquiagem. Depois percebi que poderia ter expressado minha opinião de maneira menos ofensiva e ainda sim teria falado como penso.

Não acho que a maioria das mulheres que falam apaixonadamente sobre um tema queiram na verdade ofender alguém, ainda que haja umas e outras que realmente se nutram de soberba por se acharem superiores, acho apenas que, movidas pela paixão, acabam escolhendo as palavras erradas.

Depois que tive consciência das minhas escolhas e da minha falta de informação para lidar com determinados assuntos parei de me ofender quando falam de analgesia, episio, cesárea, livre demanda, cama compartilhada, aleitamento prolongado, e tudo o mais.

Sei quais dessas coisas são importantes para mim e sei aquelas que, mesmo achando super legal e achar o máximo as pessoas que conseguem, não caberiam no meu estilo de vida (fraldas de pano é uma das coisas que, apesar de entender todo o conceito que o uso envolve, não poderia/quereria adotar no meu dia a dia).

A única coisa que eu sempre digo é que vc pode fazer as suas escolhas, mas tente fazer de maneira consciente e não se vitimizando, como vc disse, com palavras e frases chavão para justificar algo. É muito comum ouvirmos que alguém queria parto normal, mas não "teve dilatação", ou "não entrou em TP", e usa isso como desculpa para a cesárea eletiva. Se vc tem medo da dor, do parto, assuma, diga que não é para vc, mas não use desculpas.

Com a amamentação a mesma coisa. Vimos tantas mães (vc mesma) na saga pelo aleitamento, se esforçando, não se vitimizando, não usando desculpas e raras são aquelas que realmente assumem que amamentar não é para elas, não cabe na sua maneira de maternar.

Agora, para essas mães que se assumem, acho que poderiam chover menos acusações sim. Melhor uma mãe que fez cesárea eletiva, não amamentou, usou o método de deixar chorar, ou regulou os horários das mamadas (como a própria Camila) e se sente confiante nas escolhas que fez, do que aquela que faz as coisas de mau grado, quase que por imposição das outras mamíferas. Isso sim eu acho ruim.

Temos livre arbítreo, sempre. E não existe apenas um caminho, um certo. Existem sim nuances diferenciadas sobre o mesmo tema. O mundo não é monocromático, mas vc pode escolher aquela cor que mais te agrada, o que não significa que todas as outras não deveriam existir, não é mesmo?"

Beijos,
Nine

Dani Garbellini disse...

Acho que 90% das mulheres do meu circulo de convivencia de antes de engravidar tiveram cesáreas eletivas. As outras 10%, tiveram parto normal cheio de intervenções.
Muitas "não tiveram leite" e amamentavam no máximo dos máximos até um ano de idade.
Isso é comum e aceito socialmente.
Mas não era o que queria para mim.
Por sorte sou da era da internet e busquei um caminho diferente. Assim encontrei o caminho do parto natural, da amamentação exclusiva até os seis meses e prolongada. Encontrei pessoas preocupadas com alimentação, com consumismo, com uma educação que não era voltada ao vestibular e à informática e inglês aos dois anos de idade.
E daí? Daí que assim pude fazer com meu filho diferente de todo mundo que eu conhecia, porque outras fizeram, e divulgaram, e debateram e não se conformaram em ser como todo mundo, porque não se enquadravam nesse mundo.
Daí a gente pega tudo isso e aplica o que quer na vida da gente, faz adaptações para nossa família e fica muito feliz e morrendo de vontade de dividir a experiência também e mostrar que não precisa ser daquele jeito, para quem não está satisfeito.
E pensa que é fácil ser diferente? Sábado, num aniversário, fui apresentada: é essa minha amiga que teve filho em casa. A resposta: que horror!
Sim, na minha cara. E não, eu nunca falei: "que horror" na cada de quem opta por uma cesárea eletiva, mesmo achando um horror.
Daí sempre fico tentando entender porque essa mulherada, que é maioria, fica tão ofendida em saber que umas radicais por ai pensam diferente, discordam da forma de maternagem.
Se a pessoa tem um blog em defesa do parto natural, o que esperam? que ela fale que cesarea eletiva é legal? Oras, quem não gosta de parto natural nem precisa ler, precisa?
Juro, eu não entendo essa discussão de "menas mãe", não entendo!
Eu já escrevi sobre isso, faz tempo (assunto que vai e vem. E cansa), se quiser dar uma olhada: http://danielices.blogspot.com/2010/05/pronto-falei.html

Beijos!

Marusia disse...

Oi, Thaís,
penso como você! Gostei demais do post e do seu blog.
A pressão sobre as mães é uma coisa que me inquieta muito:
http://maeperfeita.wordpress.com/2010/11/20/o-sacrificio-faz-de-voce-uma-mae-melhor/
Um beijo!
Marusia

Anônimo disse...

Thais, parabéns pelo maravilhoso post! Viva a diversidade materna, a diversidade de opiniões e escolhas! E um 'saravá' para as pessoas que julgam os outros por suas escolhas!
Cada mãe e cada filho são únicos mesmo!!! E esse amor não nasce porque amamentou por 2 anos, porque nasceu de normal, porque chupou chupeta, porque usou paninho...nasce no dia a dia, na convivência e cumplicidade entre mãe e filho!
Parabéns mais uma vez!
Um forte abraço,
Fernanda

Sarah disse...

Muito bom Thaís! Tô acompanhando o debate pelos blogs já que, como vc, também não tenho twitter e não sei o que rola por lá.
Mas o que acho mais bacana na blogosfera é exatamente essa diversidade!! Poder conhecer outras histórias, trocar experiências, se questionar, aprender. Muita coisa eu só conheci quando li nos blogs por aí.
Agora, daí a julgar e criticar quem pensa diferente, isso sim é radicalismo, é preconceito. Também fiquei assustada com o tom de alguns comentários bem extremistas lá no post da Camila, justamente em um post que ressaltava a tolerância.
É como escrevi no post da Paloma: a verdade é que só quem poderá nos julgar efetivamente se somos ou não boas mães são nossos filhos. Apesar que, para eles, somos sempre as melhores mães do mundo... pelo simples fato de sermos a maior e primeira base que eles têm. Sendo radical, moderada ou relaxada, sou a mãe que posso ser.
um beijo!

Abimara - Bia disse...

"A gente só é mãe do filho da gente!"
Conheci esse blog hoje, e me identifiquei demais!!
Em seu perfil, encontrei-me em dois pontos: também quis mais colo de pai e mãe depois da maternidade, e criei um blog quando percebi que ser mãe me transcende!
Um grande abraço a todas as mães! E aos filhos!
Abimara - Bia. :)
http://luardabia.blogspot.com

Priscilla Perlatti disse...

Thaís, achei incrível como o post da Camila repercutiu na blogosfera. Você, Paloma e mais outras mães escreveram textos lindos e cheios de opiniões defendendo seus estilos de maternagem.
Pra mim essa é a beleza dos blogs, da internet: as pessoas compartilham. Só que a gente nunca sabe quem está do outro lado da tela...
Bjos

Priscilla

MarciaSP disse...

Resolvi comentar porque de todos os textos e comentários que li acerca dessa polêmica, achei o comentário da Nine acima fantástico! Concordo plenamente com tudo!
E acho que opiniões são sempre enriquecedoras, mas o tom usado conta muito.
Thaís, embora pense diferente de você em muitas coisas, achei seu post lindo, super coerente, assim como o da Camila. Mas infelizmente nem todas as blogueiras são como vocês...
bjs

MÃE DO GUI disse...

Adorei esse blog, adorei seu post viu? Sou nova por aqui, mas tb já vi algumas briguinhas entre mães blogueiras..

Está convidada a dar uma passada no meu blog para trocarmos experiências...

Beijo...Seu filhinho é fofo!

Ale Quejinho disse...

Nossa que blog mais lindo. Minha primeira vez por aqui e ja estou amando. Sou nova neste mundo e vim deixar um convite para visitar meu cantinho. Se gostar, me siga que ficarei honrada.
Ale

Micheli Ribas disse...

Oi, Thais! Adorei o post. Concordo com você.
Na época que eu fiquei grávida li o que pude sobre o assunto, mas não entrei em fóruns e nem em blogs. Frequentei cursos para gestantes e sobre amamentação. Eu queria parto normal, mas na última hora não deu certo e não me sinto menos mãe por conta disso. Na época eu até fiquei bem chateada, mas depois passou. O que eu mais fui atrás foi de informações sobre amamentação, da qual eu não abria mão de forma alguma. Tanto queria que não tive problemas nessa área. Acho que informação é bom e devemos usá-la para fazer as nossas escolhas. e devemos respeitar o que cada um pensa a respeito. O que é bom para um, pode não ser para o outro, não é mesmo?
Beijos.