domingo, 22 de março de 2009

MULHER-MARAVILHA



Como bem disse a querida Magá, mais uma aprendiz de mãe nesse mundão-de-meu-deus, bastou a gente se tornar mãe para virar também mulher-maravilha. Filho, marido, casa, trabalho(s), família, amigos, escolinha, corpo, mente, empregada, (artigo pra congresso, regime, festinha de um ano) etc etc etc... tudo isso somado a pelo menos um ano e meio (no meu caso) de noites de sono intermitente... É muita coisa para administrar e conciliar e, como se já não bastasse nossa auto-cobrança - temperada com doses cavalares da tão famosa culpa materna - para fazer tudo do jeito que consideramos perfeito (não aceitamos nada menos que isso), ainda temos que ouvir por aí: 'você precisa se cuidar mais' ou 'você tem que fazer doutorado logo, né'...

Mãe não pode ter mau humor. Cara amarrada, nem pensar: 'nossa, como você tá estressada, credo!' Temos que dar conta do recado, sempre lindas, sexies e sorridentes: as verdadeiras mulheres-maravilha. E o pior é que só as mães sabem disso: o resto da humanidade (e aí eu estive incluída até há bem pouco tempo atrás, antes do Caio nascer - desculpa, viu, mãe!), principalmente a maioria dos homens (rá! não podia passar sem essa!), nem se dá conta disso, é como se tudo fosse tão natural, tão simples, tão igual. Alguém aguenta?

Vejamos um sábado na vida desta mulher-maravilha que vos fala: acordei com o filhote resmungando, às 6hs da manhã (depois de uma noite que não foi das melhores, já que ele estava meio doentinho). Dei mamá pro bichinho. Enquanto o pai trocava ele, fui pro mercado perto de casa comprar o café da manhã e alguns itens que faltavam pra fazer a papinha do Caio. Preparei o café, que tomei brincando com o ele. O pai saiu. Tirei a mesa, e o filhote já estava com soninho: mamá novamente. Aproveitando a soneca do pequeno, fui preparar sua comidinha: quando estava no meio processo, ele acordou manhosão (como todo bebê doentinho) e quis colo. Coloquei ele no sling e continuei fazendo a papinha. O pai voltou, e deu a frutinha da manhã, enquanto eu me arrumava para ir ao supermercado (fazer as compras do mês, já que eu não tinha conseguido ir durante a semana e a despensa estava completamente vazia). Lista em punho, fui. Com o carrinho quase completo, minha irmã (querida titia, que veio nos visitar) me ligou, já estava na rodoviária. Deixo o carrinho no super, vou buscá-la e volto para finalizar a compra. No meio do caminho lembro que está na hora da homeopatia do Caio, e ligo para lembrar o pai, já impaciente com minha demora (!). Chego em casa: filho quer colo, pai de bico, compras pra descarregar e guardar, papinha do nenê para dar, louça pra lavar, almoço pra fazer, vontade de tomar cerveja e botar o papo em dia com a Flá, fome. Depois disso tudo, com o almoço pela metade, o filhote com sono, hora do mamá, paro tudo e vou. Ponho ele dormindo no berço, completo o almoço, comemos, o pai tem que sair novamente. Finalizo o convite da festa de aniversário de um ano do filhote (é, tem isso ainda!). Descanso um pouco, e logo o filhote acorda. Brincadeiras, mamá, gotinhas, frutinha... o pai tinha trabalho pra fazer. Mais brincadeiras, hora do papá, vovô e vovó chegam: vamos passear à noite, ainda bem, porque o dia tava feio e não saímos de casa o sábado inteiro. Fazemos o esquema banho-família, me arrumo a jato que já estava ficando tarde, nenê com sono, hora de mamá... Chegamos no barzinho, Caio acordou, tinha uns amiguinhos e ele ficou agitado. Vovó, vovô, titia e papai ajudaram bastante, eu até consegui conversar, comer e me divertir um pouco, mas tem aquelas horas que só a mãe resolve. Colo daqui, tetê de lá, chororô e o pequeno dormiu. E eu já caindo de sono também. Cheguei em casa, pus o bichinho no berço, ainda dei uma geral nos brinquedos espalhados pelo chão, e caí na cama, torcendo para essa noite ser melhor (e foi) e o domingão também (está sendo).

É minha gente, ser mãe é uma delícia, adoro e nasci pra isso, mas mulher-maravilha também quer descansar no sabadão, que ninguém é de ferro...

Imagem daqui.

11 comentários - clique aqui para comentar:

Christianne Alcântara disse...

Concordo plenamente, Thaís! É assim mesmo! Você descreveu direitinho... E ainda tem gente que é contra a licença-maternidade de seis meses! Gente, ser mãe não é brincadeira... Ser mulher-maravilha, então...
Bjs.
Chris

Renata disse...

Perfeito esse post...meu sábado tb foi "pesado". O André acordou 4h30 da manhã acordadão querendo brincar...eu morrendo de sono e morrendo de culpa por ver o pequeno tão animadinho e eu não conseguindo brincar com ele.
Vc disse tudo, eu tb amo ser mãe, mas a gente tb precisa descansar, né??
beijinhos e boa semana

Anônimo disse...

É verdade, cansa horrores. Mas tenho uma boa notícia: daqui a pouco melhora. Um pouco. Kkkkkk... Pelo menos a partir dos 10 meses o João começou a dormir à noite inteira e depois do desmame posso deixar ele dormir um dia na minha mãe sem meus peitos siliconarem. Meninas, força! E uma coisa que aprendi no Mothern: repete pra vc o dia inteiro CULPA NÃO.

Dani Balan disse...

Thais: me sinto exatamente assim quase todos os dias! Hoje, por exemplo, são três da tarde e eu já tô cansadona! Mas...vamos lá...afinal, a gente tem super poderes!!!!!

Daniella PSF disse...

Esse foi seu dia, ou o meu?
nossa é assim sempre... paro o almoço, cuida da casa, cuido do nenem, brinca, mama, dorme e aí tudo de novo... fora o bico do pai e os brinquedos espalhado s no final do dia...
espero que melhore... como a Rebeca disse: culpa não!

Anônimo disse...

Um dia vocês todas terão saudade disso tudo...

Thaís Rosa disse...

Com certeza vamos sentir saudades!!! Mas desabafar é ótimo, e ver que estamos todas no mesmo barco é melhor ainda! Rá! E chega de reclamar, que ser mãe é bom demais! Mulher-maravilha com muito orgulho!
bjs a todas

Flavia disse...

Ai Thais... e se eu te contar que o João ainda não dorme a noite inteira...?
na maioria das vezes encaro isso numa boa... mas tem noites que é punk.
Bom sabadão de descanso pra vc! Rá!
e como estão os preparativos?
beijos.
Flavia

JULIANA disse...

Ai, deu até medo, rsrs

Nau disse...

Oi Thaís! Adorei esse texto, verdadeiro, sincero e inspirador!

Nós precisamos deixar de ser (ou de querer ser) mulher-maravilha para ser, simplesmente, mulheres maravilhosas!

Lindo blog, Thaís!
Bjos!

Nádia disse...

Nessa mesma reflexão do seu texto achei um bem interessante de Danuza Leão: Mulher de Verdade, acho que vc vai gostar! veja no meu blog!
Bjos!