sábado, 22 de outubro de 2011

O CORPO FALA

Caio raramente fica doente. Ele tem um pouco de alergia (meu gene ruim) e já teve uma ou outra gripezinha, mas nada sério. Um dos meus orgulhinhos bestas de mãe (alguns dirão que "é sorte", né Dani?) é ele nunca ter tomado nada além de homeopatia e algumas poucas doses de paracetamol. Nossas escolhas (controversas, por certo) em termos de parto, vacinas, medicamentos e cia sempre foram no sentido de fortalecer sua imunidade, e parece que vem dando certo.

Mas, na semana passada, mal eu estava me curando de uma 'virose' (no meu tempo era gripe, mesmo), Caio ficou ruinzinho. Uma molezinha, um corpinho mais quente que o costume, uma vontade a mais de chamego indicaram que algo não estava normal. Depois vieram catarro, tossinhas, falta de apetite, indisposição geral. E uma necessidade/vontade incansável de colinho da mamãe.

E a mamãe, saindo da doença, com várias noites maldormidas em sequência, com papai viajando, estava na casa da vovó, que tentava loucamente se dividir entre duas filhas sem marido com três netos pra ajudar a cuidar... Ou seja, foi o caos. No sábado, despenquei. Não aguentei, chorei, surtei, me senti a pior mãe (e a pior filha) do mundo. Ainda bem que o Dani já tinha voltado de viagem, e voltamos pra nossa casa. Domingo, tudo estava bem melhor, mas Caio ainda ficou em casa, sem ir pra escolinha, na segunda e na terça. E dividimos pais e filhos em dois quartos (eu e Nuno em um, Dani e Caio no outro), pra facilitar as acordanças noturnas.

Foram dias difíceis. Pra falar a verdade, ainda não me recuperei: estou cansada, estafada, com um humor oscilante que está me matando. Mas na segunda, quando fomos na consulta com a pediatra-homeopata dos meninos (de rotina, por sorte agendada nesse momento), tive uma injeção de ânimo: além dela elogiar muito nossas condutas com os meninos, ela ficou perguntando tudo sobre o Caio (fazia um bom tempo que ela não o via). E, ao saber que, além de toda a transformação que ele passou após o nascimento do Nuno, ele também "perdeu" o melhor amigo da escola, que mudou repentinamente de cidade (o post sobre isso ficou no rascunho), ela olhou para mim, satisfeita: "Nossa, Thaís, tendo em vista tudo isso, ele está ótimo. Ele poderia ter tido uma gripe bem mais forte, pois nosso corpo reflete nosso estado emocional. Ele demonstrou que tem uma capacidade de superação incrível, isso que ele teve não foi nada perto do que poderia ter vindo em decorrência dessas mudanças todas." 

Fiquei pensando muito nisso. Em como nosso corpo dialoga com nossa alma, nossas emoções. Em como as crianças podem ser mais ou menos suscetíveis a isso, dependendo da forma como conduzimos (nós, adultos) as situações. Em como podemos nos surpreender com a fortaleza de seres tão pequenos. Ele já está todo faceiro. E eu estou aqui, um verdadeiro bagaço de mãe-mulher-profissional. Mas vamos que vamos. Tenho certeza que ele e Nuno serão capazes de me ajudar a reenergizar nesse final de semana... E que venham dias melhores.


4 comentários - clique aqui para comentar:

Susan disse...

Thaís o ser humano é incrível!
Cada doença tem ligação direta com nosso emocional. Eu fiz o curso de reflexoterapia e reiki, e é incrível as coisas que aprendi.
O corpo fala sim, e que ótimo saber que o Caio sabe lidar tão bem com as mudanças, ainda mais pela pouca idade. Pois é, temos que pegar esse pequenos como exemplo.
Dia desses eu estava aqui procurando entender como as crianças olham pros problemas, como eles lidam com eles. E quer saber, agora toda vez que tenho um problema, procuro tentar ver como eles, e assim eu consigo evitar muitas dores de estomago e gastrites.
Dores de estomago - ligação com o "engolir sapo".

Bjs!

Dani Garbellini disse...

Thaís, sabe que eu não acredito muito em sorte? Eu acredito que fazemos nossas escolhas, tomamos nossas decisões e, havendo empenho em nossas ações, vamos criando as circunstâncias propicias para as situações que, quando olhadas isoladamente, podem parecer sorte.

Boa reenergização para você querida!

Beijos!

Lia disse...

Com certeza, Thá! Desde a otite que Emília teve aos 9 meses (segundo minha avaliação, totalmente relacionada com meu desconforto em trabalhar o dia inteiro), nunca mais ela tinha tido nada que precisasse de medicação. Só nariz escorrendo, essas coisas. Ficou um ano sem perder um dia de creche. Mas na 3a semana após o nascimento de Margarida ela vomitou dois dias seguidos e teve diarreia. Só isso. Estava ótima, alegre, comendo. Era só pra matar a creche mesmo e ficar com papai (ainda de férias) e mamãe, assim como a irmãzinha...

Nine disse...

Eu acredito muito que nosso estado emocional influencia sim nosso estado físico...não que seja resposta para tudo, sabe? Não sou daquelas que usa as palavras "somatizar", ou "o psicológico" blábláblá, mas que influencia, influencia...é como o caso das bruxas, hehe

Que bom que estão todos melhores...eu tb vou voltando, depois de uma semana cheia!

Beijos,
Nine