domingo, 14 de dezembro de 2008

ESPECIAL PARA AS VOVÓS


vovós: cliquem sobre a foto!

Hoje é aniversário da minha mãe. Sábado que vem, quem comemora é a minha sogra. Essa postagem é em homenagem a elas: (na verdade, é o presente de vocês, viu, porque a coisa por aqui está preta...) Então, esse presente virtual fica como registro do nosso imenso carinho e amor por vocês, nossas queridas mamães, e vovós do Caio, vocês, que nos ensinaram esse ofício que é hoje nossa razão de ser no mundo: a arte de ser mãe e pai.

Com vocês aprendemos que amor é sentimento incondicional. Que para ter e criar um filho como se deve, é necessário muito amor, mas também um tanto de responsabilidade e coragem, que os dias de hoje não estão fáceis. Que paciência, compreensão e sensibilidade passariam a fazer parte de nosso pacote de emoções cotidianas, assim como uma pitada generosa de disposição e bom humor: viva o sorriso acolhedor de uma avó, e a gargalhada descontraída da outra!!!

Com vocês descobrimos que para fazer florescer nosso filhote devemos nos atentar ao poder da palavra certa no momento certo, seja para acarinhar, seja para aconselhar, seja para ajudar a seguir no prumo (chegamos a sentir saudades daquelas broncas enérgicas, mas sempre envoltas em carinho, que só vocês sabiam dar...).

Vocês nos ensinaram que é preciso olhar o mundo com olhos de encantamento, de descoberta, de prazer: ensinar a olhar, coisa mais bonita que aprendemos com vocês! Vocês nos ajudam, a cada dia, a despertar o olhar de Caio para o mundo, para a natureza, para o belo, para a curiosidade, para a alegria, para o amor, para a amizade, para a poesia, para os mistérios... Vocês proporcionaram a nós, e hoje proporcionam a Caio, experiências que o colocam em contato com o bom da vida, com o espantoso do mundo, com a importância de conviver e compartilhar... Como diria Rubem Alves (expressando tão bem em palavras o que vocês nos mostraram com gestos e experiências):

“Educar é mostrar a vida a quem ainda não a viu. O educador diz: Veja! E ao falar aponta. A criança olha na direção apontada, e vê o que nunca viu. Seu mundo se expande, ela fica mais rica interiormente. E ficando mais rica interiormente, ela pode sentir mais alegria e dar mais alegria – que é a razão pela qual vivemos.”

Com vocês aprendemos tudo isso e muito mais. A vocês devemos nosso desejo realizado de gerar uma vida, de criar um serzinho para o mundo, de construir uma família (ainda que nos nossos moldes, nem sempre aprovados por vocês, né!!). A vocês agradecemos, do fundo de nossa alma, por terem nos tornado mais ricos interiormente, por terem nos possibilitado sentir e dar mais alegria, e, principalmente, por podermos fazer tudo isso e muito mais por Caio...

PARABÉNS, QUERIDAS, NÓS AMAMOS MUITO VOCÊS!!!





domingo, 7 de dezembro de 2008

EM TEMPO


Queridos (as),
esqueci de contar, quando falei das novidades do pequeno, que o bichinho já atende pelo nome!!! Chamamos "Caio" e ele já nos olha prontamente, começando a identificar-se com o nome... E foi assim, de repente, também...

YOGA NA GRAVIDEZ*



Eu tinha começado a praticar yoga há duas semanas quando descobri que estava grávida, e já com dois meses de gestação! Foi um grande susto, uma surpresa maravilhosa! Seguindo as recomentações da minha médica, esperei mais um mês e voltei a praticar, no quarto mês de gestação, no grupo de gestantes. Já na primeira aula, uma experiência muito importante: conviver com outras grávidas, e, mais, com uma grávida já com 32 semanas de gestação, com um barrigão enorme! Foi muito estimulante perceber, logo de cara, que a prática de yoga poderia me acompanhar durante toda a gravidez, me preparando, fazendo eu me sentir ativa, me ajudando a conectar-me ainda mais com meu bebê. E assim foi, desde esse dia segui praticando yoga até três dias antes do meu parto!

As práticas, todas direcionadas à gestação e ao parto, foram me dando uma grande dimensão das transformações que meu corpo sofria mês a mês, semana a semana, dia a dia. No início, ainda praticamente sem barriga, eu mal conseguia me equilibrar em algumas posturas, que, após meses de prática, com o barrigão para explodir, se tornaram quase triviais...

Aprendi a me ajustar pouco a pouco ao meu novo corpo, e a yoga foi fundamental nesse sentido, a ponto de eu praticamente não sentir dores nas pernas, nas costas ou na lombar, mesmo tendo passado horas e horas sentada finalizando o meu mestrado. A realização de algumas posturas, diariamente, durante esse período tenso de finalização da dissertação, ajudou-me a suportar não apenas o cansaço físico de passar longos períodos sentada digitando, mas também foi uma grande aliada para que eu conseguisse controlar o stress desse período, evitando atingir o pequeno ser que crescia – e muito! - dentro de mim.

Além disso, como eu não parei de trabalhar durante a gravidez – muito pelo contrário... - a prática de yoga era um momento de parar tudo e me comunicar com o bebê, respirando de forma consciente, relaxando, alongando, tocando minha barriga, emanando sensações e pensamentos positivos e reconfortantes para ele.

Aliás, a respiração foi um capítulo à parte: tenho problemas respiratórios (rinites de causas variadas), e estou acostumada a, desde criança, respirar inconscientemente pela boca. No início das práticas de yoga, eu simplesmente não conseguia coordenar posturas e respiração. Com o passar dos meses, fui tomando consciência de minha respiração, e ela se tornou algo natural durante a realização das posturas. Fui aprendendo as maneiras de respirar que me traziam mais energia, ou que me faziam relaxar, comecei a perceber momentos em que minha respiração me atrapalhava, e passei a me atentar mais à ela. Após seis meses de prática, a respiração foi um dos principais suportes que encontrei tanto para me concentrar quanto para relaxar no processo do parto, tendo sido uma aliada para minimizar, na medida do possível, as fortes ondas de contrações do trabalho de parto e do expulsivo.

Além da respiração, outro ponto de apoio que "me garantiu" durante o parto foram minhas pernas: a opção por um parto domiciliar, tendo liberdade de escolher a posição de parir, ganhou força quando percebi que meu corpo estava preparado para isso, e certamente a yoga teve papel fundamental. Trabalhamos muito as várias posições de cócoras durante as práticas, além de outras posições que favoreciam uma postura mais ativa durante o parto, como os fortalecimentos de períneo, os alongamentos, os exercícios com a bola...

A possibilidade de conquistar um parto ativo foi algo que descobri desde o início da gravidez, através de amigas, sites e listas de discussão na internet. A prática de yoga, e a postura adotada por minha professora (será que posso chamá-la assim?) se aproximava muito desta idéia de parto ativo, humanizado, em que a mulher e o bebê são os protagonistas, e ela acabou se tornando uma grande companheira na jornada da minha gravidez, quando, além de me guiar no aprendizado das posturas e respirações, me emprestou livros e revistas, passou diversos momentos conversando sobre minhas dúvidas, descobertas e angústias, realizou práticas direcionadas à participação também ativa do marido/pai durante o trabalho de parto, entre outros cuidados que poderiam preencher muitas linhas deste texto.

Tive um trabalho de parto muito tranquilo, demorei a perceber que ele já tinha começado, e, do momento em que percebi – quando as contrações começaram a ficar mais fortes e próximas – até o nascimento do pequeno Caio, posso dizer que foi um processo relativamente rápido. Certamente aspectos genéticos e fisiológicos auxiliaram para que isso acontecesse, mas eu tenho convicção de que a tranquilidade adquirida ao longo dos nove meses de gestação – nos quais a prática de yoga teve papel central –, além da certeza de estar fazendo a melhor escolha quando optei pelo parto domiciliar como a maneira mais humanizada que encontrei para trazer meu filho ao lado de cá do mundo, acompanhada de pessoas nas quais eu confiava absolutamente, foi fundamental para que meu parto fosse ao mesmo tempo intenso e tranqüilo, avassalador e sereno. E, coincidência ou não, isso se reflete na personalidade de Caio, um bebê muito tranqüilo, seguro e alegre.

Tentei voltar às práticas após o nascimento do Caio, levando-o comigo para praticarmos yoga mamãe e bebê, e as poucas vezes que fizemos foram deliciosas. Caio reconheceu claramente a voz da Katrina no relaxamento, momento em que ele relaxava também! Por diversos motivos não conseguimos continuar, e sinto muita falta de praticar yoga, ainda mais agora que meu corpo é exigido ao limite pelo pequeno, que ja está com oito meses! Mas pretendo retornar em breve, não mais no grupo de gestantes, para o qual voltarei certamente quando vier o segundo...

* escrevi esse texto a partir de um pedido de Katrina, minha "professora" de yoga, como um relato do que a prática de yoga durante a gravidzez proporcionou a mim e ao Caio.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

MOMENTO DE MUITAS NOVIDADES



Caio está a mil. Uma novidade atrás da outra. Descobertas. Primeira vez de muita coisa. E eu doida para postar todas aqui, para os vovôs e titias acompanharem, mas o fim do ano está puxado. Sempre foi assim por aqui, mas agora com o filhote a coisa apertou. Mas até que estamos nos saindo bem... eu acho...

Vamos às novidades:
  • Caio já está com dois dentinhos!! E agora estão bem visíveis, só não consegui fotografar ainda... Agora já sabemos identificar melhor quando eles estão chegando: o bichinho fica irritadiço, resmungão, come menos, acorda mais à noite, não tira a mão da boca (a dele ou a nossa...), fica com o nariz encatarrado e aparecem uns gânglios no pescoço (ô dó!). Mas pelo menos não tem febre e outras reações mais desgradáveis... E logo passa, assim que o dente rompe a gengiva, antes mesmo de conseguirmos visualizá-lo, Caio já volta a ser a delícia de sempre!
  • Depois que o segundo dente rompeu a gengiva, com dicas bacanas das "tias" Lúcia e Lu e a perseverança do papai, Caio finalmente começou a comer de verdade!!! Agora o bichinho até avança na colher, principalmente quando é a papinha da mama!!! Já dá para imaginar minha alegria e meu alívio, né? A única coisa que ele ainda não curte mesmo é o suco de laranja lima... Maçã também não é lá essas coisas. Mas mamão, banana e pêra ele já está mandando ver. E, nas papinhas, já experimentou mandioca, mandioquinha, abóbora (três coisas que ele amou!), abobrinha, chuchu (não gostou muito, não), cenoura, batata, vagem, brócolis e couve... já está bom, né!! Ah, e detalhe, está comendo também - e muito bem - com a mamãe!!! E o mamá fica de sobremesa, eba!!!
  • Ainda no tema alimentação, essa semana ele começou a comer papinha também na janta, e foi sucesso total. Coincidência ou não, depois que introduzimos a janta ele voltou a dormir super bem, como há algum tempo não fazia. Descanso merecido para a mamãe aqui...
  • Ele já consegue engatinhar um passo por vez... passou do estágio de se arrastar para trás, começou a rodar 360 graus, aí conseguiu ficar apoiado de quatro sem despencar, e disso passou a dar os primeiros impulsos para frente: dá um, cai e se arrasta de barriga para frente, daí fica de quatro de novo, dá um novo impulso, cai e se arrasta... e assim já consegue chegar onde quer!!!
  • Essa semana ele sentou sozinho pela primeira vez!!! E ninguém viu... ele estava no chão, se arrastando para lá e para cá, e de repente, quando olhei, ele estava sentado!!! Daí, quando olhei de novo, já estava se arrastando novamente. Estávamos na casa da Magá com a Rê e os respectivos filhotes, e foi uma comemoração só! Na verdade foi um belo susto, porque até esse dia ele só sentava com nossa ajuda, ele até se equilibrava, ficava firme, mas não conseguia sentar e nem sair da posição sozinho. Está ficando muito independente esse menino...
  • E, para completar, essa semana a mamãe limpou a primeira remela do pequeno! O bebê está virando um menininho...
Ufa!! Quanta coisa... Sem contar que está um tagarela, e ainda por cima cantor e batuqueiro!!! Quem aguenta??

Deu para sentir o que estão perdendo??? ; )

ENTRE A RAZÃO E O INSTINTO



...este texto o Dani me pediu para publicar como comentário do texto anterior, mas achei que seria legal postar também aqui, pois mostra outro lado da moeda...

Minha sensação neste período de quase oito meses como pai, marido e homem é que tenho vivido diferentes momentos, na maioria das vezes muito bons, mas que de alguma forma oscilam radicalmente entre a razão e o instinto. Isso já era perceptível antes mesmo do Caio nascer. Se bem que nesta fase pré-natal este convívio era, pelo menos para mim, muito mais um acompanhamento, um aumento do companheirismo e um grande exercício de tolerância.

Depois do nascimento, minha compreensão sobre o instinto humano e os cuidados com a cria se transformou completamente, mudando inclusive minha maneira de ver o mundo que me cerca e conseqüentemente a maneira de me inserir neste mundo. Toda esta mudança trouxe consigo os gostos e desgostos de uma nova fase, com novos compromissos, necessidades e demandas. Como diria um amigo: “Bem vindo ao mundo selvagem!”.

Os processos que ocasionaram estas mudanças em mim estão intimamente ligados à maneira como a vinda do Caio se deu e como lidamos com ele desde então. Desde o fato de na hora do parto segurar a Thaís pendurada em meu pescoço, mesmo tendo uma grave lesão na coluna, adquirida quinze dias antes, até ver meu filho nascer no boxe do nosso banheiro, em seguida conversar com ele para então decidir seu nome, dar o primeiro banho de sua vida, e daí por diante, passando por fraldas, trocas de roupas, banhos, acalentos e todos os outros tratos que biologicamente um homem pode prover seu filho.

Tenho convicção que várias das transformações que me ocorreram têm relação direta com uma interação maior com o instinto humano, ao mesmo tempo que reconheço em meu cotidiano uma forte racionalidade que constrói meus atos. Minha relação com o Caio é permeada pelo instinto e pela razão, já a relação da Thaís com ele é dominada pelo instinto, com lampejos de razão. Com todas as mudanças em nossas vidas o mais difícil está em reencontrar o equilíbrio que existia na relação entre eu e ela. Ao mesmo tempo em que ela é puro instinto, em determinados momentos seu comportamento chega a ser quase irracional, de tanto procurar emplacar uma “dita” racionalidade, como por exemplo na sua intenção de construir forçosamente uma rotina para o Caio e conseqüentemente para mim. Do instinto do choro, do acalento e da proteção, surge uma irredutível personalidade que institui a realidade ao seu entorno. Ufa!!! Como diz o ditado: “rapadura é doce mais não é mole não”.

Imagem: http://www.gettyimages.com.br/