:: Cena 1
Mãe morrendo de medo do dia em que teria que ficar com os dois filhotes sozinha. Pai doido pra voltar a treinar capoeira. No meio desse acordo, um frio fenomenal e uma manhã tenebrosa de chuva e... filho mais velho não vai pra escolinha. Filho mais novo ainda não tinha nem um mês, a mãe ainda tava perdidinha!!! Mas até que correu tudo melhor que o esperado, com toques tragicômicos, como não poderia deixar de ser. Se antes ela se achava "polvo", agora então... No fim da manhã, bebê dormindo, mãe vai dar almoço pro mais velho e, é claro, o bebê acorda bem nessa hora. Mãe põe o bebê no peito e, com o braço livre (oi?) ajuda o mais velho a comer. Antes de acabar o prato, o mais velho diz: "Cocô". Com o mesmo braço livre (!) a mãe o ajuda a descer da cadeirinha, ele vai ao banheiro e lá já se vira bem sozinho. "Avisa quando acabar, tá, filho?" A mãe vai colocar o bebê no carrinho e ele, é claro, acorda. Ela percebe que está molhado de xixi e vai trocar. No meio da troca do bebê (é claro), o outro filho grita: "Mãe, acabei!" A mãe, já agitada, devolve um: "já tô indo, só um minutinho", acelera a troca do bebê e o coloca no carrinho. Quando chega no banheiro, se depara com um meninino todo independente, que pegou o lenço umedecido em cima da pia e tentava se limpar sozinho... Acha graça, e o ajuda a finalizar a limpeza, enquanto o bebezico começa a espernear no carrinho (que tem formiga, só pode!). E assim seguiu o dia em que ela realmente debutou como mãe de dois.
:: Cena 2
Primeira noite em que o bebê dá trabalho pra dormir. Dor de barriga, mãe cansada, pai com dor nas costas, bebê volta pra mãe cansada. Mamá, colo, homeopatia, bolsinha quente de ervas e finalmente o pequeno dorme. Mãe respira aliviada, faz a toalete e se aninha nas cobertas quando escuta: "mamãe, mamãe! eu quelo a mamãe!" vindo do outro quarto. O pai, que seria o responsável pela situação, estava tão capotado que ela teve dó, e foi atender o mais velho. Narizinho estava ruim, pingou gotinhas, ele pediu tetê, ela fez, ele quis fazer xixi, ela foi junto. Voltaram pro quarto, ele dormiu e ela, finalmente, também. E o bebê, generoso, só foi acordar no outro dia de manhã (o que significou não mais que 4 ou 5 horas de sono na noite...).
:: Cena 3
Fim de semana cheio, pai trabalhando, mãe sozinha com as crias, vários programas fora de casa. Começou na sexta, que não teve escolinha do mais velho. Pai dando uma força só em pequenos intervalos, como hora do banho ou do almoço. Mãe e filhos passando muito tempo juntos, na alegria e na tristeza (rá!). Rotina tumultuada com os programas e a ausência do pai. Eis então que o bichinho do ciúme apareceu com mais força... Mãe com bebê no colo, menininho se pendurando em cima. Bebê mamando, irmão puxando bracinho, pondo mãozinha na boca ou apertando a cabecinha (tudo muito sutilmente, sacomé, começa com um carinhozinho e vai). Bebê dormindo, molequinho chacoalhando o carrinho ou fazendo qualquer outra coisa pra ele acordar. Mas vamos que vamos. A vontade de ter a mamãe só pra ele veio com tudo, e filho mais velho grudou, queria a mamãe o tempo todo (mesmo porque, só tinha ela mesmo...). Mãe se desdobrando pra dar mamá pra um e brincar com outro, dar banho em um enquanto o outro se balança no bebê conforto, dar comida pra um com outro de bruços na perna soltando pum... Em comparação com o primeiro dia, tá craque. Mas ainda não se acostumou com um molequinho arteiro querendo chamar atenção a todo custo, nem que pra isso seja necessário jogar terra na mamãe enquanto ela está com o bebê... E o fim de semana ainda acabou com aquele doído episódio...
:: Cena 4
Férias do filho mais velho. O bebê agora beira os dois meses. A mãe já tá ficando escolada em ficar sozinha com as crias. Agora ela pode ser vista amamentando o bebê sentada na mureta do parquinho, enquanto brinca de comidinha com o filho mais velho. Ou, ainda, pode ser encontrada jogando bola com o mais velho no quintal de casa com o bebê de bruços no colo, pra aliviar dor de barriga. Nessas ocasiões, diálogos muito interessantes podem ocorrer:
[mãe: filho, agora vou ter que dar mamá pro nuno, tá, daqui a pouco a gente brinca mais! filho: não mamãe, não pode! Porque agora você não é a mamãe, você é jogador... e jogador não pode sair pra dar mamá!]
E estamos só começando, né não?
20 comentários - clique aqui para comentar:
aiaiai, melehor eu me preparar fisicamente e psicologicamente para essa maratona!
Cenas lindas do cotidiano! Logo, logo estarei nelas!
Beijos,
Nine
Engraçada a cena do Caio se limpando sozinho. Sabe, Emília sempre "aprende" (ou mostra que já sabia) uma coisa nova quando a gente está ocupado com outra coisa. Quando tinha 9 meses, deixei ela na cadeirinha com um prato de comida e uma colher e fui na cozinha fazer não sei o quê. voltei e lá estava ela, comendo sozinha de colher.
Esses dias, mesma história. Só que o que estava na frente dela era um copo (de vidro!) cheio d'água. Virei as costas e a menina estava bebendo sozinha, sem derramar uma gota.
Beijos!
11 meses! não 9.
Haha...
Adorei.
Bjs
Ju
cenas clássicas e lindas!!! Mãe de dois, três, é assim! E a lei de Murphy impera, né?
Bjos!
Thaís,
daqui a pouco melhora!!!! Mas vai com fé e arruma uma ajudante pra você ficar mais tranquila!!!!
Vamos lá, Thaís, continue me encorajando, digo, me preparando para tomar coragem. Sim, eu prefiro a verdade. hehehe
Mas sabe, a maternidade é encantadora, tão encantadora, talvez por ser mesmo fora de controle, surpreendente e exigir coisas que jamais imaginamos que conseguiríamos fazer.
Beijoca, querida!
Bom, saber, bom ler antes né!!!
Bjs
Mas depois que o Nuno completar um ano, dá uma boa melhorada, viu? No começo é isso de mamãe-polvo mesmo, mas depois eles ficam muito solidários com a mãe e um com o outro. Ao menos tem sido assim com os petelequinhos aqui de casa. Teve uma vez que foi muito punk, uma crise de ciúmes que deu na Nina e o Ricardo não estava. Ela aproveitava que eu estava com o Theo pra fazer malcriações, me morder etc. Poltergeist mesmo. Durou umas 3 horas e eu louca já comecei a ligar pro trabalho do Ricardo insanamente. Foi horrível. Mas foi só um episódio e acho que super-necessário, porque ela tava reagindo bem até demais até a ocasião. Aí ela botou a raiva e o ciúme pra fora e viu que o mundo dela não acabou. Saiu mais madura e fortalecida. E eu aos frangalhos kkkkk
que delícia... vou me inspirando em vcs!
vai dar certo, né?
Ahahaha, não vou negar que ri, porque me reconheci em cada uma destas cenas. O "carinho" que vira um empurrão, as cobranças, tudo acontecendo ao mesmo tempo e, no final, uma sensação de que sim, somos capazes (eu que o diga, com o marido longe há tanto tempo).
Beijo grande e solidário
Menina, já fiquei cansada só de ler o post... tem que ter energia mesmo né.
Mais você vai tirar de letra...
Te admiro muito Thaís!
Beijo grande!
comecei a seguir seu blog pq procurava algo, e me deparei com a história da minha vida (só q a mais tempo, sete meses), vivo nessa rotina de um chama de um lado e o outro chorando do outro, o pior é realmente a noite pois o meu mais novo acorda para comer de 3 em 3 horas e o mais velho fica me chamando quase todas as noites tenho q ficar na cama dele na madrugada, e muitas vezes adormeço e só acordo com o outro chorando para comer, aff, é um sufoco!!!
tchauzinho e tanto para vc, para mim e as outras tantas mães q passam por isso, força, saúde e muita, mais muita disposição, kkkk
bjo.
Thaís, que maratona, hein!
Juro, não sei se daria conta de tudo isso. Vc é minha ídola. :D
Adorei, Thaís! Isso que é mãe polvo, né?! E ótima a nova profissão: jogadora de futebol nas "horas vagas"!
Beijos e muita disposição!
Ananda.
http://projetodemae.wordpress.com/
Ai, ai ‘e uma correria só. Eu já fico no agito só com um imagina dois...aff
adorei o seu blog ..
eu também sou mãe de dois , um rapaz de 6 anos e uma menina de dois meses e posso dizer que me revi em todas estas cenas aqui descritas eh eh eh.
um beijinho grande , ..
Nossa Thais, mães de mais de um filho parecem, par mim, figuras míticas. Muito respeito e admiração é o que sinto por vocês. Eu só com Tomás, às vezes acho que não dou conta. Beijos pra você, pro Nuno e pro Caio que aind não conheço.
Hahaha!!! Essa do cocô na hora que o bebê está mamando é clássica! É batata! Acho que eles sentem dor de barriga só de ver o irmão mais novo mamando. Não é mole, não!
Férias deles, Miguel doente... eu estou num momento em que não posso nem ouvir choro de criança... mas, como não tem jeito mesmo, me resta curtir os momentos de calmaria e interação dos dois, que parece que compensam tudo... Bjo e força aí! Magá
Ah!! Adorei o humor com que vc descreveu algumas cenas desesperadoras!!! É assim mesmo... e só tá começando! ;-)
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